sexta-feira, 24 de abril de 2009

A chegada da Internet no Brasil

No Brasil, as primeiras iniciativas no sentido de disponibilizar a internet ao público em geral começaram em 1995, com a atuação do governo federal (através do Ministério da Comunicação e do Ministério de Ciência e Tecnologia) no sentido de implantar a infraestrutura necessária e definir parâmetros para a posterior operação de empresas privadas provedoras de acesso aos usuários. Desde então, a internet no Brasil experimentou um crescimento espantoso, notadamente entre os anos de 1996 e 1997, quando o número de usuários aumentou quase 1000%, passando de 170 mil (janeiro/1996) para 1,3 milhão (dezembro/1997). Em janeiro de 2000, eram estimados 4,5 milhões de “internautas”.

Linha de tempo da Internet-BR


- 1987 A FAPESP (Fundações de Pesquisa do Estado de São Paulo) e o LNCC conectaram-se a instituições nos EUA. Após conseguirem acesso a redes internacionais, essas instituições incentivaram outras entidades do País a usar as redes. As entidades conectavam-se utilizando recursos próprios e pagando à EMBRATEL as tarifas normais pela utilização de circuitos de comunicação de dados. O critério utilizado para selecionar onde se conectar, normalmente foi em funçao da distância. Esse modelo funcionou por algum tempo e mostrou a necessidade de um projeto adequado para a formaçao de um Backbone nacional (para conectar os centros provedores de serviços especiais à redes regionais que, por sua vez, também deviam ser fomentadas).


- 1988 A UFRJ conectou-se à UCLA; Várias universidades e centros de pesquisa conectaram seus equipamentos a uma dessas instituições.

- 1990 A RNP (Rede Nacional de Pesquisa) é uma iniciativa do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) cujo objetivo é implantar uma moderna infra-estrutura de serviços Internet, com abrangência nacional.

- 1991 Apresentação do planejamento de uma forma mais adequada de interconectar os diversos centros de pesquisa do país; Em 7 de junho: Aprovação da implantação de um Backbone para a RNP, financiada pelo CNPq. A lentidão e os problemas apresentadas no modelo inicial, obrigou o planejamento de uma forma mais adequada de interconectar os diversos centros de pesquisa do país. articulação política com órgaos de formento à pesquisa, empresas de informática e telecomunicações e instituições de pesquisa e desenvolvimento no Brasil e no exterior.

- 1992/1993 Implantação de uma espinha dorsal de comunicação, cobrindo a maior parte do país, a velocidades mínimas de 9.600 bits por segundo (bps); Implantação de um conjunto de aplicações em diversas áreas de especialização; Planejamento para o período 1994/1995 (lograr a efetiva consolidação da rede). A presença da RNP nos Estados foi concebida como resultante da implantação de um conjunto de conexões interestaduais, interligando inicialmente onze Estados, com pontos-de-presença em cada capital. Essa arquitetura de linhas de comunicações e equipamentos compõem o que se denomina espinha dorsal (backbone) da RNP.

1994/1995 Estados que tinham POP (ponto de presença) oficial da RNP ou um ponto de acesso operado por alguma instituição local e aberto à comunidade de educação e pesquisa na região: Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins. As instituições que então se conectaram à RNP ou redes estaduais eram primariamente voltadas para educação, pesquisa ou gestão governamental;

- Abril/1995 O Ministério das Comunicações e o Ministério da Ciência e Tecnologia decidiram lançar um esforço comum de implantação de uma rede Internet global e integrada, abrangendo todo tipo de uso. Surgiu, então, o backbone nacional de uso misto (comercial e acadêmico), resultante da expansão e reconfiguração do backbone de uso puramente acadêmico;

- Maio/1995 Criação do Comitê Gestor Internet, que conta com a participação do MC e MCT, de entidades operadoras e gestoras de espinhas dorsais, de representantes de provedores de acesso ou de informações,de representantes de usuários e da comunidade acadêmica. Acesso à Internet via Embratel começa a funcionar de modo definitivo. Mas a exclusividade da Embratel como provedor de acesso desagrada à iniciativa privada. Temia-se que a Embratel e outras empresas de telecomunicações dominassem o mercado, criando um monopólio estatal da Internet no Brasil. Diante disso, o Ministério das Comunicações tornou pública a posição do governo de que não haveria monopólio e que o mercado de serviços da Internet no Brasil seria o mais aberto possível.

Agosto/95 O BBS Mandic se torna provedor de acesso à Internet. Começa, em agosto, com 10.000 usuários. Em dezembro, chegou a 40.000. Pouco tempo depois, o GP Investimentos entra como sócio na empresa, que chega a 95.000 usuários em 1997. (Em 1998 foi comprada pela Impsat.)

Setembro/95 Chega às bancas Internet World, a primeira revista sobre Internet no Brasil (publicada pela Mantel Editora). O Guia de Provedores da revista listava 21 provedores no total. ").A novela "Explode Coração", escrita por Glória Perez e transmitida pela Rede Globo, leva o assunto "Internet" (ainda desconhecido do grande público) para a televisão e, conseqüentemente, para a casa de milhões de brasileiros. A Internet servia de pano de fundo para uma trama que envolvia romance e uma organização criminosa.

Dezembro/1995 Todos os circuitos de 2Mbits/seg correspondentes à parte principal da espinha dorsal da RNP estavam operacionais (previsto para dois meses antes). Apesar disto, ainda estão pendentes o aumento de velocidade ou instalação de algumas conexões estratégicas para o País, já que a RNP é a única espinha dorsal com cobertura realmente nacional.

1996 Na implantação de conectividade, a RNP se encarrega de todas as atividades relacionadas com a locação de end. IP, regitro de domínios, etc. Informações - a RNP oferece vasta gama de serviços de informações, abrangendo desde apoio à divulgação institucional via redes no exterior até a realização de cursos e seminários especializados.
Voltada primariamente para assinantes dos serviços da RNP, mas cobre uma audiência maior, para auxiliar a sanar deficiências do nascente mercado Internet brasileiro. A RNP não compete com as centenas de pequenos e médios empreendimentos Internet no país. As ações a RNP visam assegurar a esses empreendimentos condições técnicas e espaço de mercado para consolidação e crescimento.
A Telebrás, através da Embratel apresentou sua proposta de espinha dorsal que ligará algumas capitais do País. Até o momento, a Embratel opera um único ponto de presença no Rio de Janeiro e atende os provedores de acesso de outros estados via recursos Renpac. Em relação à iniciativa privada, a IBM implantou uma rede em estrela baseada nos Estados Unidos, que atende a 4 capitais brasileiras; a Unysis opera uma espinha dorsal que cobre também alguns estados do País; o Banco Rural tem uma cobertura nacional mais ampla. O Bradesco tem planos para atuar em breve no mercado de provimento de serviços de espinha dorsal.

No final do ano 2000 o Brasil possuía 150 provedores de acesso. Nos últimos anos houve uma diminuição sensível no número de provedores (em 1997 eram cerca de 600), seguindo uma tendência mundial de oligopolização dos serviços da Internet. Em 2001, cerca de 10 milhões de brasileiros já podiam acessar a internet de suas residências, e se considerarmos seus locais de trabalho, esse número sobe para 15 milhões e vem aumentado significativamente a todo instante.







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